terça-feira, 28 de setembro de 2010

Troca de tabela



Como sempre acontece todos os anos, é chegado o momento de atualização dos preços das pranchas.
Mas você ainda tem tempo pra comprar ou encomendar sua prancha com preço do verão passado, consulte o modelo que te agrada e veja as condições de pagamento facilitadas.

A partir de 31 de outubro de 2010 começa a vigorar a tabela com os novos valores.


Abração e boas ondas !

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Anos 90



A década de 1990 foi muito estimulante para a produção e desenvolvimento de novos modelos em pranchas de surf.

Iniciamos este período na evolução do que já estava sendo feito no final da década de oitenta, que pode se resumir em pranchas em torno de 5' 11" a 6' 2" pouca envergadura, bastante massa distribuída de maneira uniforme, fundo flat, bordas semi-box com deck flat. Resumindo a maneira como estas pranchas funcionavam nas ondas : boa de entrar no mar e nas ondas, muito estável e suportavam todo tipo de pressão sendo muito bem utilizadas na nossa condição de mar gaúcho.

Já falando em equipe, Laurence De Rose, Marcel Miranda e Dani Rocha marcaram época, sendo que eram o que havia de melhor na categoria mirim gaúcha, inclusive fazendo uma final super disputada do circuito estadual em 1991, com Lau consagrando-se campeão e abrindo um caminho de inúmeras vitórias em sua carreira, sendo considerado anos mais tarde por Teco Padaratz o gaúcho mais radical do estado e não era para menos pois Laurence sempre abordava as ondas de forma inovadora com manobras de "circo" como aéreos, 360, rock and rolls etc.

Lá por 94/95 os designs inspirados por Kelly Slater já influenciavam o mundo todo com pranchas super estreitas, longas e finas com fundo concave e mais o bico "Aladim" super envergado nas primeiras polegadas dos shapes. Eram pranchas super sensíveis que exigiam habilidade de seu usuário pois eram difíceis de remada mas na onda tornavam-se mais progressivas com manobras fáceis de serem realizadas sendo uma prancha mais rápida e solta, porém não encaixavam muito bem nas merrecas devido ao seu tamanho, de 6'3" a 6'5" eram o padrão, forçando o surfista a abrir muito o arco antes de manobrar o que era muito difícil em ondas rápidas, curtas e ruins que é a condição predominante no RS.

A febre passou no fim dos 90, demorou mas a galera se tocou que não surfava igual a Slater, nem perto disso e caíram na real fazendo pranchas que tinham mais a ver com o estilo de cada um. O que me impressiona é que quase todo mundo achava que teriam grande evolução no desempenho usando o mesmo equipamento, quando na verdade cada um tem que bucar o que mais tem a ver com seu estilo próprio sendo a prancha como uma extensão do corpo.

Foi nesta década que iniciava o conceito de casa de laminação, ou seja diversos shapers produzindo cada um sua marca no mesmo espaço físico. Nesta mesma época possuí uma dessas fábricas que prestavam este tipo de serviço, logo depois iniciei os trabalhos de desbaste e corte (pré-shape) em seguida trabalhei como back shaper ou seja: o cara que faz o shape completo respeitando as características do shaper titular da marca porém não assinando o trabalho. Era ruim pois ninguém ficava sabendo que a prancha havia sido feita por outra pessoa que não a da assinatura que estava em baixo do shape, mas por outro lado dava uma experiência e uma bagagem muito rica fazendo dos back shapers profissionais que chegavam a dominar o trabalho até mesmo melhor que o titular. Produzi shapes para diversas marcas bastante conhecidas e através delas meus shapes deram a volta ao mundo sendo comercializadas nas pranchas locais e de exportação.