quarta-feira, 23 de setembro de 2009

INFORMAÇÃO


Um toque que acho importante de relatar aos surfistas que já utilizam ou pensam em adquirir as pranchas Toni Ferraz e que muitas vezes não sabem é sobre as mudanças que o shape da prancha recebe durante meses de produção.


Ainda que o surfista nem sempre perceba visualmente as mudanças, elas ocorrem em média umas duas vezes por ano, trazendo sempre o aperfeiçoamento do equipamento mais importante do surfista, visando sempre a progressão dos atletas e clientes na busca eterna da prancha mágica. A meta é evoluir baseado no que todos pedem, uma prancha rápida e solta. Sei que dificilmente a mesma prancha agrada a todos os gostos, mas de uma forma geral na linha deste raciocínio é que o design dos shapes são influenciados, facilitando por exemplo passar a seção com maior facilidade, conseguir conectar do out side para o inside com a menor perda de velocidade possível sem que o surfista tenha de pular feito um macaco sobre a prancha, até uma remada mais confortável e eficiente.


Vale lembrar também que além do shape, a laminação deve acompanhar toda evolução pois sem a combinação equilibrada o produto final pode deixar a desejar em algum dos aspectos importantes, como resistência que não interfira no desempenho, uma linha de edge afiada na região da rabeta até onde o shaper determinou e etc.


Por tanto os mínimos detalhes farão toda diferença no momento que o surfista precisar, mesmo que ele não saiba disto. Se souber melhor pra ele e para o shaper, que ganha na agilidade na hora de confeccionar a prancha nova, que sempre é esperada na maior expectativa de surpreender dentro d'água.


Um abraço e boas ondas !


quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O começo.

O ano, 1984, durante o verão adquiri minha primeira prancha, uma Dani surf biquilha 5'6" meio pesada já com algumas bolhas, mas o importante era dar o primeiro passo. Mas não me dei bem com ela pois "faltava prancha", tentei diversas vezes mesmo assim,pois estava gostando da coisa.

Março chegou e iniciam as aulas, lá reencontrei um colega do ano passado que também havia iniciado no surf , trocamos várias idéias sobre o tema e já combinamos de ir a praia o quanto antes. Só que ele estava sem prancha aguardando uma que o primo tinha pra vender, uma Puravida 7'0" monoquilha, lembro que era toda branca e leve.
Fomos algumas poucas vezes a Torres e ele começou a botar pilha pra gente fazer uma prancha, eu não sabia nem consertar quanto mais fazer uma. Ele ficou meses nessa, até que aceitei o desafio, compramos todo material na Fiberglass que era uma loja pequena em frente ao colégio Concórdia. O bloco da época um Clark foam, pelo menos começamos com matéria prima de qualidade já que nenhum dos dois sabia fazer nada, nem ferramentas tinhamos, mas sim muita vontade.
Férias de inverno, na garagem de casa em Torres, improvisamos um cavalete de obra e estava pronta a sala de shape. Demoramos uma semana só pra acabar o shape, entre os momentos em que tentávamos surfar no inverno gaúcho sem um colete de neoprene sequer, lembro que ia por água abaixo a lembrança de alguém que dizia que o mar era quente no inverno enquanto eu sentia que a minha cabeça ia explodir quando furava aquela onda gelada. Um tempo depois adquiri um colete na Paradise surfshop na vinte quatro de outubro que era o pico do surf na época em Porto Alegre.
A laminação nunca secou totalmente pra ser lixada pois não sabiamos da existência da solução de parafina que facilita este processo. Eu fiquei com esta prancha inacabada na minha cabeça o resto do ano. Aquilo estava me incomodando e quando acabou a escola em dezembro,comprei a parte do meu sócio na prancha desencapei a laminação re-shapeei quando já era outro verão.Já em 1985, foi uma refinada no bloco que antes tinha ficado com as bordas meio antigas com um edge na transição do deck para a borda.
O shape melhorou, saiu uma 6'0 bump squash, resolvi fazer uma pintura e depois laminei, nossa, era remendo em cima de remendo e eu ainda não sabia da solução parafinada mas mesmo assim fixei as quilhas. Durante meses eu tentava acabar a prancha sem sucesso, entupia diversas lixas no disquinho da furadeira, tinha outra manha que não sabia que era colar a lixa no disco da máquina, eu usava o parafuso central pra segurar e isso fazia acabar com a lixa e minha paciência. Até o dia em que decidi que ela estava pronta e chega.
Geralmente quem faz a primeira prancha surfa com ela, mas como eu já tinha um interessado nela, achei melhor passar a bola pra frente e quem sabe depois faria outra. Já passava pela minha cabeça em fazer isso como profissão, pois sentia muito prazer em estar em contato direto com o surf, principalmente quando anunciei na ZH minha 5'6 com leash e colete, foram tantas ligações recebidas que aquilo me incentivou mais ainda.
Estava decidido em comprar uma prancha mais parecida possível com a monoquilha do meu colega pois quando surfei com ela senti muita facilidade em entrar na onda e até mesmo em mexer a prancha conseguindo fluir, com ela senti muita evolução e era disso que eu precisava.

Achei uma mono pra mim, só que na água não não parecia muito com aquela 7'0 mágica shapeada por Jonny B.Good, a minha não tinha nem assinatura do shaper e era mais toco mesmo, ainda mais colocando lado-a-lado com a outra, já começava então a sentir na pele a diferença que um bom shaper pode fazer. Assim mesmo surfei com ela o verão todo forçando a barra, mas já estava melhor que a biquilha.

domingo, 2 de agosto de 2009

A prancha certa.




Quando vamos encomendar uma prancha nova, geralmente surgem várias dúvidas e incertezas principalmente os surfistas iniciantes que por desconhecer completamente sobre o equipamento ou até mesmo de como se surfa de verdade não saberão dizer o que precisam.

Mas tem alguns que já pegam onda a algum tempo e que também não sabem ao certo o que seria melhor pra manter ou aperfeiçoar sua próxima prancha, vários trazem uma cola com medidas de largura do meio e espessura da prancha que muitas vezes não vão ajuda-lo mas atrapalhar sua trajetória em busca da evolução pois muitas destas medidas vem de revistas ou de amigos que nem sempre sabem exatamente do que seu amigo precisa, cuidado.

Não pensem que esta dúvida é só de voçês pois já vi muitos surfistas até mesmo profissionais que não sabem muito como lidar com diferenças que as vezes são muito pequenas, muitas delas imperceptíveis a olho é aí que entra o shaper aquele profissional que vive pra isso, descobrir e ajustar detalhes que farão toda diferença na hora do vamos ver.

Para a maioria dos casos desde o iniciante ao pro, eles devem passar o máximo de informações tipo: peso, altura, frequência de treinos e detalhes do seu percurso na onda quando ouver apontando suas principais dificuldades. Também todos detalhes do seu equipamento atual.

Para aqueles que já possuem suas próprias medidas e se sentem bastante à vontade com elas, ótimo pois facilitará o trabalho do shaper desde que haja um consenso entre eles e onde se espera chegar.

Uma dica, experimente diversos equipamentos com características parecidas ou não, pois só usando várias pranchas é que se chega a um padrão pessoal de medidas, ficando atento na largura máxima x espessura máxima que geralmente estão escritas em baixo da prancha próximo a assinatura do shaper, nem todos as colocam, se for o caso leve a prancha até um shaper experiente que além de medir sua prancha corretamente, verá detalhes inportantes a serem corrigidos para seu próximo foguete, é que são tantas variáveis em uma prancha que muitas aparentam serem iguais mas quando " escaneadas" mostram muitas diferenças.

Não há nada melhor se seu shaper pudesse te assistir em uma sessão de surf pra ter uma noção real do que acontece pois tem surfista que afirma que quebra as ondas e muitas vezes não é verdade e outros que pensam ser atolados e até que pegam bem, por isso quando flagrados pelo olhar técnico do shaper e juiz por classificar o nível do surfista, fica mais fácil em fazer os ajustes necessários à sua próxima prancha.

Grande abraço !

Boas Ondas !!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Nova opção em blocos.


As pranchas de surf não mudaram muito desde a segunda guerra mundial, quando foi inventada a espuma de poliuretano, mudando assim definitivamente a maneira de construir que até então eram feitas em madeira.

A gigante Clark foam não existe mais em função das leis ambientais dos Estados Unidos serem rigorosas com a questão em idústrias químicas, obrigando assim o fechamento daquela que foi referência para todos shapers e fabricantes de blocos em todo planeta.
Para quem não conheceu seus produtos fica só a história contada por quem já teve o pazer de shapear um Clark, suas fôrmas eram muito bem distribuídas e niveladas facilitando o trabalho do shaper, eram praticamente prontos, tu não precisava plainar muito para fazer uma boa prancha.
Já a espuma tinha uma textura que lembra um veludo, que saudade !

No brasil a partir dos anos oitenta que é a época em que iniciei o meu trabalho com pranchas, existia a Clark brasileira que além dos blocos tradicionais passou a fabricar o Roger's foam, com matéria prima inferior mas com um preço também mais baixo.
Seus concorrentes no Brasil que eram poucos, também no Rio de Janeiro a Special foam tinha sua produção divulgada pelas pranchas K&K bastante difundidas na época por Ricardo Bocão que era shaper e inventor das quatro quilhas.
Em Porto Alegre no final dos anos oitenta surgia duas fábricas de espuma, a Force, do shaper das lendárias Caco Surf , ele havia voltado da Flórida depois de um tempo trabalhando com pranchas lna fábrica da Escape. Ele acaba trazendo de lá o a fórmula e conhecimento para produzir blocos.

Outra que iciciava na mesma época foi a Hard foam, de Porto Alegre fabricou muitos blocos e estavam no caminho certo, mudaram após alguns anos para o nome Plug foam pois a evolução era evidente e convinha até trocar o nome. Nenhuma delas sobreviveu é uma pena.

Hoje temos mais opções, além das tradicionais espumas de poliuretano que são revestidas com resina de poliester, temos o Eps (isopor) revestida de resina epoxi.
No Brasil atualmete, calculo que possa existir quase dez fabricantes de blocos entre fundo de quintal ou não.
As principais são : Rhino foam (ex-Bennett) no RJ, Teccel em Recife, Konablanks , SP, Ocean King e o mais novo e revolucionário Darshan de Novo Hamburgo, este merece uma atenção especial porque além de ser "nosso" ele é feito com uma diferença na fórmula que além de ecológicamente correto, é o único que em sua fabricação possui sistemas de injeção direto nas fôrmas enquanto todos os outros utilizam um baldinho na hora de espalhar a química.
E não pára por aí, para o surfista o melhor é que a espuma não regride, fato inédito pois nas pranchas convencionais com pinturas pretas ou quando deixava-se a prancha no sol ou até mesmo esquecer dentro do carro poderia ser fatal a qualquer prancha do mundo. Agora não.

E além do mais a Darshan produz também blocos sem longarina os Total-Flex que como o nome diz propicia maior performance ao surfistas pois a prancha dá maiores respostas em cavadas e no momento das manobras. Pra quem achou muito flexível, existe outra opção o Semi-Flex que não possui longarina em apenas dois pontos no deck do bloco deixando a prancha em um ponto intermediário de flexão entre o plug com e sem longarina, bem legal.

Pra finalizar, experimente, informe-se e aproveite as novidades que podem trazer boas mudanças no nosso surf de cada dia, vale a pena.

Um grande abraço e boas ondas !


Um grande abraço e boas ondas !

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Comportamento dentro d'água


Se tem uma coisa que pode atrapalhar aquele banho tão esperado, é a má educação ou falta de informação por parte do surfista no mar.

Nem todos sabem ou as vezes " esquecem ", que na hora do surf com outros(as) devemos estar muito atentos ao entrar no mar para não atrapalhar ninguém, assim como nós também não achamos nada agradável dar um gás pra entrar na onda e ter alguém bem na sua frente, no lugar certo onde ia cavar ou manobrar. Então devemos entrar no mar remando para o lado contrário a parede da onda, a espuma, se alguém vier surfando em sua direção. Parece simples mas muita gente não faz isso, acho até que por isso ocorrer muitas brigas iniciam e muitas pranchas são quebradas.

Se for iniciante, jamais vá surfar onde está cheio de gente, vá mais para o lado. É muito estressante o conflito de habilidades dão distintas, acho que qualquer um tem o direito de usar o mesmo espaço, mas temos que saber dos nossos limites e até que ponto podemos ir em frente.

Abraço e boas ondas !

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Equipamento para o inverno


As ondulações de inverno geralmente vindas de sul, trazem consigo não somente ondas de tamanho maior mas com maior massa d'água, logo com maior pressão, tornando nossas pranchinhas valeteiras como se fossem " folhas de papel ". Não tem boa remada, entram atrasadas na onda e atolam até mesmo no percurso em ondas de volume.

Portanto, a prancha para estas condições requerem maior massa em primeiro lugar. Podemos aumentar o tamanho da prancha fazendo ela encaixar melhor na face da onda. Devemos procurar usar rabetas de linhas arredondadas( round pin e round )e mais estreitas completando assim um conjunto que proporcionará linha e projeção, a consequencia disto é um surf com mais estilo, manobras limpas proporcionando um arco maior em cavadas e cut-backs.

Outra coisa é a laminação, que não precisa ser muito leve pois em ondas com bastante pressão, acabam exigindo maior rigidez no equipamento que ajuda assim a passar superfícies crespas que são frequentes com ventos fortes.

Para encerrar, meu conselho é ter mais de uma prancha. Pode ser com pouca diferença de tamanho ou não, podemos apenas aumentar flutuação mas o ideal é ter o maior número possível de pranchas usando a mais apropriada para cada condição. Como não é todo mundo que tem condições de ter um quiver vou dar uns exemplos : 6'0" + 6'3" ou 6'4" outro 6'1" + 6'6" mais um 6'0" + 6'2" + 6'6" estes são apenas algumas sujestões, podendo variar conforme o gosto e necessidade pessoal de cada surfista e de cada onda a ser surfada. Estes quivers são baseados nas condições de ondas do litoral gaúcho e parcialmente o catarinense.

Abraço e boas ondas

domingo, 26 de abril de 2009

Apresentação


Sejam bem-vindos ao blog Toni Ferraz surfboards.

Apresento aqui meu trabalho como shaper e o produto dele que são os shapes e
pranchas para surf em praticamente todas modalidades.

Gostaria de receber opiniões, dicas e elogios quando forem bem aplicados ou seja
todas construtivas, para um melhor aproveitamento de tempo e energia.

Obrigado a todos e boas ondas.

Toni Ferraz