quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O começo.

O ano, 1984, durante o verão adquiri minha primeira prancha, uma Dani surf biquilha 5'6" meio pesada já com algumas bolhas, mas o importante era dar o primeiro passo. Mas não me dei bem com ela pois "faltava prancha", tentei diversas vezes mesmo assim,pois estava gostando da coisa.

Março chegou e iniciam as aulas, lá reencontrei um colega do ano passado que também havia iniciado no surf , trocamos várias idéias sobre o tema e já combinamos de ir a praia o quanto antes. Só que ele estava sem prancha aguardando uma que o primo tinha pra vender, uma Puravida 7'0" monoquilha, lembro que era toda branca e leve.
Fomos algumas poucas vezes a Torres e ele começou a botar pilha pra gente fazer uma prancha, eu não sabia nem consertar quanto mais fazer uma. Ele ficou meses nessa, até que aceitei o desafio, compramos todo material na Fiberglass que era uma loja pequena em frente ao colégio Concórdia. O bloco da época um Clark foam, pelo menos começamos com matéria prima de qualidade já que nenhum dos dois sabia fazer nada, nem ferramentas tinhamos, mas sim muita vontade.
Férias de inverno, na garagem de casa em Torres, improvisamos um cavalete de obra e estava pronta a sala de shape. Demoramos uma semana só pra acabar o shape, entre os momentos em que tentávamos surfar no inverno gaúcho sem um colete de neoprene sequer, lembro que ia por água abaixo a lembrança de alguém que dizia que o mar era quente no inverno enquanto eu sentia que a minha cabeça ia explodir quando furava aquela onda gelada. Um tempo depois adquiri um colete na Paradise surfshop na vinte quatro de outubro que era o pico do surf na época em Porto Alegre.
A laminação nunca secou totalmente pra ser lixada pois não sabiamos da existência da solução de parafina que facilita este processo. Eu fiquei com esta prancha inacabada na minha cabeça o resto do ano. Aquilo estava me incomodando e quando acabou a escola em dezembro,comprei a parte do meu sócio na prancha desencapei a laminação re-shapeei quando já era outro verão.Já em 1985, foi uma refinada no bloco que antes tinha ficado com as bordas meio antigas com um edge na transição do deck para a borda.
O shape melhorou, saiu uma 6'0 bump squash, resolvi fazer uma pintura e depois laminei, nossa, era remendo em cima de remendo e eu ainda não sabia da solução parafinada mas mesmo assim fixei as quilhas. Durante meses eu tentava acabar a prancha sem sucesso, entupia diversas lixas no disquinho da furadeira, tinha outra manha que não sabia que era colar a lixa no disco da máquina, eu usava o parafuso central pra segurar e isso fazia acabar com a lixa e minha paciência. Até o dia em que decidi que ela estava pronta e chega.
Geralmente quem faz a primeira prancha surfa com ela, mas como eu já tinha um interessado nela, achei melhor passar a bola pra frente e quem sabe depois faria outra. Já passava pela minha cabeça em fazer isso como profissão, pois sentia muito prazer em estar em contato direto com o surf, principalmente quando anunciei na ZH minha 5'6 com leash e colete, foram tantas ligações recebidas que aquilo me incentivou mais ainda.
Estava decidido em comprar uma prancha mais parecida possível com a monoquilha do meu colega pois quando surfei com ela senti muita facilidade em entrar na onda e até mesmo em mexer a prancha conseguindo fluir, com ela senti muita evolução e era disso que eu precisava.

Achei uma mono pra mim, só que na água não não parecia muito com aquela 7'0 mágica shapeada por Jonny B.Good, a minha não tinha nem assinatura do shaper e era mais toco mesmo, ainda mais colocando lado-a-lado com a outra, já começava então a sentir na pele a diferença que um bom shaper pode fazer. Assim mesmo surfei com ela o verão todo forçando a barra, mas já estava melhor que a biquilha.

domingo, 2 de agosto de 2009

A prancha certa.




Quando vamos encomendar uma prancha nova, geralmente surgem várias dúvidas e incertezas principalmente os surfistas iniciantes que por desconhecer completamente sobre o equipamento ou até mesmo de como se surfa de verdade não saberão dizer o que precisam.

Mas tem alguns que já pegam onda a algum tempo e que também não sabem ao certo o que seria melhor pra manter ou aperfeiçoar sua próxima prancha, vários trazem uma cola com medidas de largura do meio e espessura da prancha que muitas vezes não vão ajuda-lo mas atrapalhar sua trajetória em busca da evolução pois muitas destas medidas vem de revistas ou de amigos que nem sempre sabem exatamente do que seu amigo precisa, cuidado.

Não pensem que esta dúvida é só de voçês pois já vi muitos surfistas até mesmo profissionais que não sabem muito como lidar com diferenças que as vezes são muito pequenas, muitas delas imperceptíveis a olho é aí que entra o shaper aquele profissional que vive pra isso, descobrir e ajustar detalhes que farão toda diferença na hora do vamos ver.

Para a maioria dos casos desde o iniciante ao pro, eles devem passar o máximo de informações tipo: peso, altura, frequência de treinos e detalhes do seu percurso na onda quando ouver apontando suas principais dificuldades. Também todos detalhes do seu equipamento atual.

Para aqueles que já possuem suas próprias medidas e se sentem bastante à vontade com elas, ótimo pois facilitará o trabalho do shaper desde que haja um consenso entre eles e onde se espera chegar.

Uma dica, experimente diversos equipamentos com características parecidas ou não, pois só usando várias pranchas é que se chega a um padrão pessoal de medidas, ficando atento na largura máxima x espessura máxima que geralmente estão escritas em baixo da prancha próximo a assinatura do shaper, nem todos as colocam, se for o caso leve a prancha até um shaper experiente que além de medir sua prancha corretamente, verá detalhes inportantes a serem corrigidos para seu próximo foguete, é que são tantas variáveis em uma prancha que muitas aparentam serem iguais mas quando " escaneadas" mostram muitas diferenças.

Não há nada melhor se seu shaper pudesse te assistir em uma sessão de surf pra ter uma noção real do que acontece pois tem surfista que afirma que quebra as ondas e muitas vezes não é verdade e outros que pensam ser atolados e até que pegam bem, por isso quando flagrados pelo olhar técnico do shaper e juiz por classificar o nível do surfista, fica mais fácil em fazer os ajustes necessários à sua próxima prancha.

Grande abraço !

Boas Ondas !!